quarta-feira, 21 de novembro de 2007

" Deviam ter vergonha"

São as palavras do Secretário dos Assuntos Fiscais reportando-se aos empresários nacionais e em seguimento das "correcções efectuadas às declarações de rendimentos das empresas". Neste relatório ficamos a saber que "a correcção de impostos às empresas aumentou 54 por cento, mas nas pequenas e médias empresas apenas (sic) 19 por cento". Isto significa que, se o total da correcção ( o conjunto de empresas/contribuintes) aumentou 54 por cento e apenas 19 por cento nas pequenas e médias empresas então "a correcção nas grandes empresas tem de ter sido superior aos 54 por cento".
Esta frase surge uma semana depois de o mesmo responsável ter acusado as grandes empresas, aquelas que tem lucros astronómicos em tempo de "crise"* "de fuga ao fisco e branqueamento de capitais".
Numa altura que o fisco em particular, e o Estado em geral, nos pedem cada vez mais sacrifícios, quando qualquer trabalhador por conta de outrem paga 1/3 de impostos saídos directamente do seu vencimento, sem sequer o ver, e quando cada vez mais o custo de vida aumenta e deteriora-se, seja como consequencia do aumento da carga fiscal, seja pelo aumento dos bens consumíveis perguntamo-nos, mais uma vez a quem devem ser pedidas contas. Se se sabe quem foge às suas obrigações, se se disponibiliza à opinião pública os nomes dos faltosos, se há forte indícios de fuga e branqueamento de capitais porque é que os sacrificados são sempre os mesmos? Tenho a certeza que se houvesse de facto vontade de punir os responsáveis, se se obrigasse essas empresas a pagar o que devem a situação de tod@s nós seria diferente e já não haveria a desculpa do défice para cortar as despesas em áreas fulcrais e essenciais como a educação, a saúde, a segurança social e todas as outras áreas que os novos liberais querem roubar roubar para encherem os bolsos, mais uma vez à custa de tod@s os trabalhadores. Apetece dizer, e repescando uma frase bem antiga, mas que se reveste de uma actualidade sem precedentes: "Os ricos que paguem a crise!".
* Crise Económica? Falo mas não acredito nela. Acredito que se asssite a uma guera sem cartel conduzida por uma classe detentora do poder económico com a cumplicidade dos detentores do poder politico com vista a explorar cada vez mais e com mais intensidade tod@s aquel@s que todos os dias precisam de vender ao desbarato tudo aquilo que possuem de verdadeiramente seu: a sua liberdade, a sua dignidade, o seu orgulho...
Andarilho Indigente

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